No dia 23 de abril, quarta-feira, o Jornal “A Tarde” dedicou uma página da sua publicação para o caso da menina Isabella Nardoni. Enquanto isso, foram destinados dois parágrafos à notícia sobre a conferência “Movimento de Luta pelos Povos Indígenas na Bahia”. Veja a notícia:
“Luta de indígenas terá conferência amanhã
O cacique Aruã Pataxó, presidente do Conselho de Lideranças e Instituições Indígenas Pataxós de Coroa Vermelha, é um doa palestrantes da conferência “Movimento de Luta pelos Povos Indígenas da Bahia”, amanhã, às 17h, no auditório da Biblioteca Pública do Estado (Barris).
A necessidade de demarcação e ampliação dos territórios indígenas ainda é a principal demanda deles. Aruã destaca a criação de uma Coordenação de Políticas para os Povos Indígenas na estrutura da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), ano passado, como uma conquista importante. “Isso partiu da articulação de base da Coroa Vermelha”, lembra. Essa representação no governo é o que, para ele, garantirá o acesso dos 14 povos indígenas da Bahia aos programas governamentais. Outra conquista, segundo ele, foi a criação do Secretaria Municipal de Assuntos Indígenas, em Santa Cruz Cabrália, o que, em sua opinião, é outro canal para melhoria das condições de vida dos indígenas, que no Estado, em levantamento de 2005, eram cerca de 23 mil. ”.
Na conferência em questão, foram debatidos a história recente da luta dos povos indígenas da Bahia pelos seus direitos e os principais problemas enfrentados por essas comunidades.
A conferência foi a segunda do Ciclo de Conferências “Memória dos Movimentos Sociais da Bahia”, realizada pela Fundação Pedro Calmon/Secult.
Em lembrança ao Dia Nacional do Índio, comemorado em 19 de abril, a Diarq – Diretoria de Arquivos da Fundação Pedro Calmon – trouxe para o centro dos debates a história de um dos principais povos que construíram o Brasil. Segundo a Profa. Drª. Wlamyra Albuquerque – que mediou o debate – “Com a chegada dos portugueses, em 1500, deu-se início a uma história de transformações e perdas para os povos indígenas que aqui habitavam e habitam até hoje, lutando a cada dia contra uma realidade de exploração econômica em suas já escassas terras. Neste encontro, pretendemos contar um pouco desta luta e compartilhar com o público as diversas realidades às quais estão submetidos os indígenas na Bahia e suas conquistas até hoje.” (entrevista retirada do site: http://webradiobrasilindigena.wordpress.com/).
O debate “Movimento de Luta pelos Povos Indígenas na Bahia” aconteceu na quinta-feira (24) na Biblioteca Pública do Estado (Barris) com a participação de pesquisadores, professores, estudiosos e representantes de comunidades indígenas. Dentre os participantes estavam o coordenador de Políticas para os Povos Indígenas da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), o pataxó Jerry Matalawê, o presidente do Conselho de Lideranças e Instituições Indígenas Pataxós de Coroa Vermelha, Cacique Aruã e a especialista em Etnologia Indígena e coordenadora do Programa de Pesquisas sobre Povos Indígenas do Nordeste Brasileiro (PINEB), Profa. Drª. Maria do Rosário de Carvalho.
O direito à demarcação de terras para os povos indígenas foi um dos assuntos discutidos na conferência, ao lado de temas como ações nas áreas de saúde e educação e a política de cotas para ingresso de índios nas universidades.
O coordenador de Políticas para os Povos Indígenas da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), o pataxó Jerry Matalawê, disse que a defesa da terra é a bandeira principal do movimento indígena e que a organização e troca de experiências entre as mais de seis mil organizações indígenas existentes no país tem sido responsável pela evolução dessas comunidades. “Apesar das conquistas já obtidas ainda resta muito para recuperar uma parte do que foi perdido em cinco séculos de massacres, expoliação e violências sofridas pelos índios brasileiros”, afirmou.
O Ciclo de Conferências segue até o mês de novembro, com os seguintes debates: Movimento Negro na Bahia; Movimento de Trabalhadores na Bahia; Movimento de Luta Pela Terra na Bahia (MST); 40 anos do Movimento Estudantil; Movimento de Gay, Lésbicas, Travestis e Transgêneros na Bahia (GLBTT), Movimento Ambientalista na Bahia, Movimento Contra Intolerância Religiosa e o Movimento Comunitário dos Bairros Populares.
Informação extra: a criação do Dia do Índio ocorreu durante a realização do I Congresso Indigenista Interamericano no México, em 1940. Os índios foram convidados a participarem, mas acostumados com perseguições e traições, recusaram. Dias depois, convencidos da importância do Congresso na luta pela garantia de seus direitos, os índios resolveram comparecer. A partir de então, esse dia foi dedicado à comemoração do Dia do Índio, 19 de Abril.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
unir para noticiar os fatos dos povos indigena de nosso pais e agregar a nossa historia, não como uma lenda, sim como sere que estão vivos e faz pare desta cultura brasileira
Postar um comentário