sábado, 10 de maio de 2008

Morador de rua é morto a pauladas no Rio

Ontem, o jornal A Tarde noticiou o assassinato de um morador de rua ocorrido no dia 17 de abril, no Rio de Janeiro. Apesar da brutalidade e da notoriedade do crime, foram destinados apenas dois parágrafos a notícia. Veja:

Morador de rua é morto a pauladas no Rio

Um morador de rua que dormia sob a marquise do Ministério Público Federal foi espancado até a morte por três homens. A agressão foi registrada pelo sistema de câmeras do prédio da Avenida Nilo Peçanha, no centro do Rio. O caso ocorreu há 15 dias e está sendo investigado pela 5ª Delegacia de Polícia, no bairro Cidade Nova.
Os seguranças do MP encontraram o corpo do homem, que ainda não foi identificado e aparentava ser idoso, e procuraram o registro do assassinato no banco de imagens do sistema de segurança. O vídeo mostra o momento em que três homens se aproximam do morador de rua e o agridem com um pedaço de pau. ‘As imagens não são muito nítidas e foram enviadas para uma empresa, para serem depuradas. Ao que parece, o homem foi atacado por outros moradores de rua, que usaram um pedaço de pau. Estamos tentando identificar os agressores’, afirmou a delegada assistente da 5ª DP, Gisele Rosemberg”.

A notícia dada pelo A Tarde é defasada, já que ontem - mesmo dia da publicação do Jornal - o Bom-Dia Brasil já noticiava o nome e a idade do morador de rua morto.

Confira:




Apesar do jornal A Tarde não ter dado destaque a notícia, existem muitos dados na Internet sobre o caso.

João Elisário de Aquino, de 53 anos, foi morto enquanto dormia por três homens. A vítima foi espancada até a morte por três jovens ainda não identificados, nas proximidades da portaria do edifício do Ministério Público Federal (MPF). As imagens que flagram o homicídio duram cerca de três minutos. A polícia ainda não conseguiu indentificar os assassinos. "Há informações de que sejam rapazes de classe média. A hipótese não está descartada, mas há a possibilidade de serem moradores de rua”, afirmou o delegado Ricardo Codeceira Lopes. Segundo testemunhas, os três rapazes teriam saído de uma boate na Av. Almirante Barroso. “Vamos solicitar imagens dessa boate e convidar seguranças do MPF para prestar esclarecimentos”, disse Lopes. O morador de rua foi enterrado como indigente no Cemitério do Caju. Em seis meses ocorreram sete assassinatos no Centro do Rio de Janeiro. O delegado explicou que: as “investigações indicam, na maioria dos casos, os mesmos motivos para as mortes, ocorridas sempre de madrugada: brigas entre os próprios moradores de rua por motivos banais, envolvendo sempre bebidas alcoólicas”.

Continuação:


Pelo que apontam as novas investigações da polícia, os assassinos de João Elisário de Aquino não eram jovens de classe média que saim de uma boate. Agentes da 17ª Departamento de Polícia (São Cristóvão) conseguiram identificar os autores do crime infiltrando-se entre os moradores de rua. Segundo a polícia, um dos acusados alega que a vítima havia, há algum tempo atrás, pedido um cigarro a ele, e ele havia negado. A vítima teria o ameaçado. Ele encontrou-a dormindo e resolveu matar com a ajuda dos outros dois - como revelou José de Moraes Ferreira, delegado da 17ª DP ao telejornal RJTV 1ª edição. Os suspeitos Sérgio Rodrigues Fores, José de Arimatéa Soares Gregório e Caludovan Cavalcanti da Silva foram detidos na zona portuária da cidade, dois acusados estavam em uma pensão na Gamboa e o terceiro dormia na calçada da Avenida Rio Branco. Os três sobrevivem como catadores de sucatas e também vivem nas ruas. Eles foram presos na madrugada de quarta-feira, 14 de maio. Os três devem responder por homicídio duplamente qualificado com pena de até 30 anos de prisão. Segundo a polícia, os três acusados confessaram o crime na delegacia.

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